ATÉ O FIM – HARLAN COBEN
“O governo seria capaz de matar para manter um segredo? A resposta é tão óbvia que a pergunta se torna retórica.”
•SINOPSE•
O detetive Nap Dumas nunca mais foi o mesmo após o último ano do colégio, quando seu irmão Leo e a namorada, Diana, foram encontrados mortos nos trilhos da ferrovia. Além disso, Maura, o amor da sua vida, terminou com ele e desapareceu sem justificativa.
Por quinze anos, o detetive procurou a ex-namorada e buscou a verdadeira razão por trás da morte do irmão. Agora, parece que finalmente há uma pista.
As digitais de Maura surgem no carro de um suposto assassino e Nap embarca em uma jornada por explicações, que apenas levam a mais perguntas: sobre a mulher que amava, os amigos de infância que pensava conhecer, a base militar próxima à sua antiga casa.
Em meio às investigações, Nap percebe que as mortes de Leo e Diana são ainda mais sombrias e sinistras do que ele ousava imaginar.
Até o Fim é o primeiro livro que leio do tão falado Harlan Coben, e me agradou muito, a trama tem uma narrativa ágil e dinâmica e é um suspense gostoso de ler, além do toque de humor ácido presente no personagem principal, que torna quase impossível não gostar do livro.
A leitura flui bem e em um ritmo constate, Coben tem uma narrativa que sabe instigar a curiosidade, entregando pistas aos poucos e revelações que acabam por tornar difícil largar o livro.
O ponto alto do livro, claro é o personagem principal, Napoleon Dumas, ou simplesmente Nap, ele é um personagem muito “gente como a gente”: cheio de defeitos, indecisões e traumas.
Nap é policial, mas de certa forma, totalmente o oposto do que deveria ser um policial convencional, sarcástico e com um senso de justiça digamos, fora dos padrões, ele age como uma espécie de justiceiro em seu tempo livre, em suas horas de “folga”, munido com um taco de beisebol, ele bate em homens que abusam de mulheres até deixá-los hospitalizados, mas apesar disso, ele não teve uma vida muito fácil.
Na adolescência, Maura, sua namorada, simplesmente o abandonou, indo embora da cidade sem se despedir na mesma noite em que Nap perdeu sua metade, Léo, seu irmão gêmeo, de uma forma brutal: atropelado por um trem… e a dor acabou por ser tão grande, que o autor escreve o livro em primeira pessoa, com Nap contando tudo para Leo. À medida que as coisas vão acontecendo, ele conversa com o irmão morto o tempo todo durante a narrativa, como se aquilo fosse algo que fizesse com que ele não se sentisse só, o que a meu ver só abrilhantou e humanizou o personagem.
“Eu mal podia esperar para te contar tudo, Leo. As boas notícias nunca eram realmente boas antes de eu dividi-las com você.”
A trama do livro gira em torno das digitais de Maura que foram encontradas na cena de um assassinato de um ex-colega de turma dos dois, o que pode ter ligação com o suposto suicido (que é como o caso foi tratado) de seu irmão, e o desaparecimento de Maura. Nap então se vê envolvido de uma hora para outra, em uma trama que vai virar sua vida de cabeça para baixo, em uma história de Mentiras e omissões que o fazem ver que ele não pode confiar em ninguém a não ser em si mesmo. Será que depois de tanto tempo ele finalmente vai encontrar a verdade por trás do desaparecimento de Maura e da morte de seu irmão?
Em suma, apesar de achar que falte algo ao livro, não sei, algumas conexões mais elaboradas, alguns pontos melhor explicados, a narrativa acaba por despertar muitas curiosidades ao decorrer da leitura, muito dos capítulos terminavam de forma que você precisava começar o capítulo seguinte para ter uma continuidade de algum ponto solto do capítulo anterior e que poderia ser desvendado na página seguinte, dessa forma Coben nos traz uma história envolvente que nos prende do começo ao fim, nos fazendo criar várias teorias acerca do que pode ter acontecido.
Ah, existe outro personagem, que não vou citar só para aguçar a curiosidade de vocês, mas que é super importante para a trama e tem tudo a ver com o caso…
“Mas quer saber de uma coisa, Leo? Não me importo mais. Na realidade, nem quero mais falar com você. Você está morto. Sempre te amei, sempre vou sentir sua falta, mas faz quinze anos que você morreu. Tempo suficiente de luto, não acha?”
Livro: Até o Fim
Autor: Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Nota: 4/5