FRATURA – O NOVO SUSPENSE ORIGINAL DA NETFLIX

“A nossa mente, às vezes cria uma realidade alternativa, uma realidade falsa, para poder se proteger do trauma, das coisas que nós tememos, dos horrores que nem podemos imaginar.”

Esse fim de semana assisti um filme na Netflix chamado: “Fratura”, e me surpreendi bastante com o filme e o desfecho em si, que apesar de previsível, é inegável como o filme consegue segurar o expectador através de um roteiro muito bem conduzido, cheio de suspense e muitas cenas tensas.


•SINOPSE•

Ray Monroe (Sam Worthington) está dirigindo pela estrada com sua esposa Joanne (Lily Rabe) e a filha Peri (Lucy Capri). Ao fazer uma parada, Peri sofre um acidente ao cair em um buraco e fratura o braço. Ray a leva para o hospital mais próximo. Lá, o médico sugere que por causa da queda a menina faça uma tomografia para garantir que está tudo bem. Assim, mãe e filha vão juntas ao laboratório para fazer o procedimento enquanto Ray espera no saguão.

Sua família então desaparece de dentro do pronto-socorro. Convencido de que o hospital está escondendo algo, ele parte numa busca desesperada para encontrá-las.


Ray, sua esposa Joanne e sua filha Peri estão viajando por causa do Dia de Ação de Graças. Eles param em um posto de gasolina e Ray entra para comprar baterias para o Discman da filha e um refrigerante para a esposa, enquanto ela e a filha vão ao banheiro. Ao voltar para o carro, Peri percebe que perdeu seu espelho, a mãe volta ao banheiro para procurar, enquanto o pai afasta a filha do carro para procurar no banco de trás, Peri então fica atraída por um balão que está preso em um muro, quando grita por seu pai assustada e com medo por causa de um cachorro que aparece repentinamente.

“Peri não se mexe, não tenha medo, fica parada.”

Recuando para perto de um buraco em obras, cheio de vergalhões, Ray pede para a filha não se mexer e joga uma pedra para assustar o cachorro, mas também acaba assustando a filha, que se desequilibra para trás e cai no buraco, ao mesmo tempo Ray se joga com ela para tentar salvá-la. Os dois caem…

Quando acorda de sua queda, Ray está bastante confuso e por instantes perde a noção do que está ao seu redor, a esposa chocada, começa a gritar com Ray, que sem pensar a empurra, Ray fecha os olhos e quando volta a si, ouve a esposa gritando e a filha dizer que seu braço está doendo. Voltando imediatamente ao carro, ele dirige de forma louca e imprudente para o hospital mais próximo. Depois de algum tempo, esperando na recepção do hospital, um médico após examinar Peri, diz a Ray e sua esposa que ela pode estar com um hematoma subdural e pede uma tomografia, apenas por segurança.

O enfermeiro diz que apenas uma pessoa pode entrar na sala com ela. Ray espera do lado de fora. Enquanto tudo é realizado, ele espera e já exausto e com um ferimento na cabeça, ele apaga, quando acorda, não há mais sinal de sua família, e nenhum registro delas, a não ser o de Ray no hospital. Os médicos insistem que elas não estão em nenhum lugar do hospital, e que ele chegou sozinho. Raivoso e transtornado, ele se exalta e a enfermeira lhe aplica um tranquilizante enquanto o trancam em uma sala. Aplicando em si mesmo adrenalina que encontra em um armário, acaba conseguindo fugir, determinado a descobrir o que esse hospital fez com sua família e fazer o que for preciso para recuperá-las.

Ray então encontra uma viatura policial e conta para eles o que aconteceu, a polícia então vai ao hospital e pede que o médico os ajude a entender o que está acontecendo, o médico então confirma que Ray entrou, sem sua família, e foi tratado por um ferimento na cabeça. Chega então uma psiquiatra do hospital e leva Ray para conversar a sós, que então o convence a levá-la junto com a polícia e os médicos ao local do acidente de Peri.

“Onde elas estão Ray? Cadê a Peri e a Joanne, onde você as colocou, Ray… Ray?”

Quando lá chegam, ele e a psiquiatra refazem a cena em que sua filha caiu quando encontram uma mancha de sangue, Ray diz que é dele, porem a mancha é maior que o ferimento de Ray, eles também acham o espelho de Peri. A psiquiatra então começa a questionar Ray. Ela sugere a Ray que não havia cachorro quando sua filha caiu. Ela diz para Ray que ele jogou uma pedra em sua filha com raiva, fazendo-a cair da borda e depois matou sua esposa. Ela diz que precisa saber onde estão os corpos.

Quando a polícia já começa a vê-lo como suspeito, Ray ao olhar para cima vê o cachorro que assustou a filha. Então ele percebe que sua história realmente aconteceu! Então, pegando a arma do policial e a psiquiatra como refém, Ray escapa prendendo todos em um contêiner e volta ao hospital, enforca o segurança, rouba suas chaves, aciona o elevador, onde havia visto sua família descer. Lá, ele vê várias caixas de transplantes de órgão e já imagina o pior, quando em uma sala, “encontra” sua filha prestes a ser operada, ele interrompe a cirurgia antes que ela comece, encontra sua esposa que também está na sala drogada em uma cadeira de rodas, quando um cirurgião tenta detê-lo, ele dispara a arma, acertando um cano de gás.

Uma luta começa e ele dispara novamente, o gás explode a sala atingindo os médicos e enfermeiros, Ray foge com a esposa e a filha. No corredor, ele encontra com outros enfermeiros que diz que ele está cometendo um erro e pede para ele se acalmar, Ray então atira no joelho de um deles e foge do hospital, colocando sua esposa e filha no banco de trás do carro, indo embora seguindo seu caminho!

“Sr. Monroe, me escuta aqui, você tem que me ouvir, a gente não pode deixar você sair, você não pode sair daqui… a gente só quer te ajudar…”

Alerta de spoiler

Se você já viu o filme, pode continuar com a leitura.

Caso ainda não tenha visto, recomendo que clique aqui para ver o trailer do filme no final do artigo.

É nesse momento que acontece a reviravolta do filme, ou o plot twist como alguns gostam de dizer, enquanto o carro se afasta, a câmera vai passando por ele e pelo espelho retrovisor que mostra que na verdade há um jovem (esse jovem foi mostrado em uma das cenas no hospital), agonizando no banco de trás, do carro. No meio de seu delírio, Ray sequestrou uma pessoa que os médicos estavam operando, imaginando ser a filha.

Então o filme nos mostra o que realmente aconteceu. Ao pular para tentar salvar a filha, ele bateu a cabeça ao cair, sua filha estava morta e quando sua esposa chegou desesperada gritando com Ray, ele sem perceber a empurrou, ela caiu com a cabeça espetada em um vergalhão morrendo imediatamente. Perturbado, fora da realidade, Ray pega as duas, e coloca seus corpos no porta-malas do carro, seguindo para o hospital, alucinando que as está levando para que Peri seja socorrida.

Como havia dito no começo, não dá para negar que “Fratura” não seja um filme previsível, até porque depois de pouco tempo de filme, você entende que só há duas maneiras de o filme acabar, ou o hospital tem algum esquema sórdido que raptam pacientes para algum tipo de escuso de experimento ou sei lá o que, ou realmente Ray não bate bem da cabeça, e tudo não passa de alguma alienação por sua parte. Mas o filme se sai muito bem apesar disso: o roteiro ao tentar criar um cenário de pesadelo, a boa direção, a bela atuação de Sam Worthington, ao mesmo tempo sutil e intensa, tudo é suficiente para entreter e nos enganar, mesmo quando tudo parece ser o que é, e nesse sentido, o filme brinca a todo momento com nossa percepção, ora nos fazendo acreditar em Ray, ora nos fazendo duvidar.

Fratura é um ótimo filme, que faz o necessário para se criar algo capaz de seduzir o espectador, o filme mostra claramente a “fratura” da realidade de Ray diante da culpa pela morte de sua família, e o que a mente é capaz de fazer para se proteger de um trauma.

 


Título: Fratura

Direção: Brad Anderson

Elenco: Sam Worthington, Lily Rabe, Stephen Tobolowsky, Adjoa Andoh, Lucy Capri, Lauren Cochrane, Shane Dean

Gênero: Suspense, thriller psicológico

Ano: 2019


Abaixo o Trailer oficial da Netflix:


 

  1. Anderson Duarte

    25/11/2019 at 11:13

    Filme sensacional, atuações memoráveis. Surpreendente é uma palavra que eu usaria sim, fui levado a acreditar que o final seria de um jeito bem blasé, mas se atreveu a representar uma “realidade” e chocar o espectador.

    1. Lorde dos livros

      22/03/2020 at 09:34

      Sim, o final é algo inesperado, você não tem certeza quem está falando a verdade, o filme te levar a acreditar hora em um, hora em outro e quando acha que sabe, o filme te mostra que novamente você não sabe de nada, é chocante como a mente humana se fragmenta de modo a criar uma realidade que te preserve da dor…

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